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Dez anos sem Henrique Santillo

22/06/2012     

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Há dez anos, exatamente a 25 de junho de 2002, o Estado de Goiás perdia um dos mais importantes e respeitados homens públicos de sua história: Henrique Antônio Santillo (foto), na época presidente do Tribunal de Contas do Estado de Goiás. A data mereceu registro na Sessão Plenária de ontem, 21/06/12, pelo presidente do TCE-GO, conselheiro Edson Ferrari, que enalteceu as qualidades de Santillo não só na vida pública mas também como cidadão, sempre íntegro e empenhado em favor dos mais nobres ideais.

Filho dos imigrantes italianos Virgínio Santillo e Elydia Maschietto Santillo, Henrique Antônio Santillo nasceu em Ribeirão Preto- SP, a 23 de agosto de 1937. A família, composta ainda pelos filhos Ademar e Romualdo, transferiu-se para a cidade goiana de Anápolis, em 1942. Henrique ainda era criança quando começou a trabalhar para ajudar no sustento da casa. Cursou o primário, ginasial e científico, onde ensaiou os primeiros passos na política como líder estudantil.

Em 1957 foi aprovado em primeiro lugar no vestibular para Medicina na Universidade Federal de Minas Gerais e em terceiro na Católica. Em Belo Horizonte conciliava seu curso com a função de professor em cursinhos. Sua destacada atuação o levou a quebrar, já no segundo ano, a longa tradição do Diretório Acadêmico da Faculdade de Medicina de só eleger quintanistas, alcançando a presidência do Diretório Central dos Estudantes da UFMG e, depois, da União Estadual dos Estudantes de Minas Gerais. Em 1960, quando fazia residência médica, foi eleito conselheiro da União nacional dos Estudantes.

Formado, retornou a Goiás e começou a clinicar, dividindo seu tempo entre a Santa Casa de Misericórdia de Anápolis, como voluntário, consultório particular e seis meses depois nos plantões do SAMDU, ambulatório público federal de emergências médicas.

Com a política inoculada nas veias e os ideais democráticos pulsando no coração, Santillo foi um dos fundadores do MDB. Lançado por amigos à Câmara Municipal obteve mais de 10% dos votos entre 60 concorrentes, em 1966. Três anos depois, sempre dedicado às causas sociais, elegeu-se prefeito de Anápolis com dois terços dos votos válidos. Em 1974 foi o deputado estadual mais votado.

Em 1978, candidato a senador, teve de vender a casa para pagar os custos da campanha, feita ao volante de um Fusca. Derrotou os três candidatos da então poderosa Arena, com mais de 100 mil votos de frente. O mesmo brilho da carreira local o impulsionou nacionalmente no Senado, onde foi 1º Secretário e presidente da Fundação Pedroso Horta, instalando o órgão de estudos do PMDB em todos os Estados. Foi parlamentar atuante na luta pela redemocratização do país, em defesa das nossas riquezas naturais, de apoio aos produtores rurais, de reserva de mercado para a indústria nacional, por justiça social, eleições diretas e conquistas para o trabalhador.

O ano de 1986 o encontrou candidato natural de seu partido ao Governo de Goiás, quando inovou as práticas políticas, a partir da campanha eleitoral, com a realização de caminhadas diárias e de 13 encontros regionais, com a distribuição de questionários para a população sugerir o plano de governo. Mais de 100 mil respostas embasaram seu programa administrativo. A mobilização popular deu-lhe vitória em 235 dos 244 municípios que Goiás tinha à época, consolidando a maior vitória eleitoral do Estado até então – quase um milhão de votos e uma dianteira superior a 400 mil sobre o principal concorrente.

Dois dias após o pleito ele voltaria a surpreender os goianos, reeditando as caminhadas e carreatas de agradecimento e reforço dos compromissos assumidos. À frente do Governo de Goiás dirigiu a administração prioritariamente para o social, quando implantou as maiores redes de saúde pública e de saneamento básico de que se teve notícia no Estado. Embora tenha herdado uma dívida praticamente impagável, bancos estaduais na mira de liquidações, funcionalismo em greve por mais de três meses de salários atrasados e arrecadação insuficiente, Henrique Santillo empenhou-se em sanear as finanças públicas, negociou democraticamente com os servidores e fez ampla reforma administrativa para modernizar as estruturas que datavam do começo da década de 60.

Ainda como resultante das sugestões do povo, desenvolveu uma gestão democrática, sobretudo na saúde, área de maior relevo e que foi apontada pelo Ministério da Saúde como modelo para outros Estados. A rede de atenção começava nos Cais, que funcionavam 24 horas, todos dias da semana, com laboratório, farmácia popular, especialidades medicas, pequenas cirurgias a lhes conferir alta resolutividade. Os casos mais complexos eram encaminhados aos hospitais de referência, até o atendimento terciário. Treze hospitais regionais, em cidades estrategicamente escolhidas, contemplavam a população interiorana. A área social também foi marcada por programas como a cesta básica para famílias carentes, por núcleos de apoio à comunidade, construídos pelo Estado e entregues às associações de moradores, escolas profissionalizantes e ações pontuais de apoio à mulher, idoso e criança carente. Pela primeira vez o orçamento estadual teve a efetiva participação da comunidade. Durante seu mandato Santillo enfrentaria graves adversidades decorrentes de vários planos econômicos que fracassaram na luta contra a inflação e o acidente radioativo com o césio 137, em Goiânia.

Depois de concluir seu mandato Henrique Santillo desfiliou-se do PMDB e presidiu o Partido Progressista em Goiás, quando, em setembro de 1993, aceitou convite do presidente Itamar Franco para assumir o Ministério da Saúde.

À frente do Ministério Santillo consolidou a implantação dos medicamentos genéricos no Brasil e fez várias mudanças no sistema de saúde, que encontrou em crise. Passou a priorizar a atenção à saúde, com ações e programas de medicina preventiva, de controle social sobre o SUS, de agentes comunitários de saúde, de combate a endemias ressurgentes, como a febre amarela, dengue e cólera, de combate à avitominose, ao bócio endêmico e à fome, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste.

Em sua gestão as campanhas de multivacinação não só tiveram sequência como também foram reforçadas, culminando com o recebimento, em 1994, da Organização Mundial de Saúde e da Organização Panamericana de Saúde, o certificado de erradicação da poliomielite no território nacional – coroando assim os esforços que o Brasil já vinha fazendo nesse sentido.

Ao deixar o Ministério, ao fim da gestão Itamar Franco, Santillo legou ao País programas de alta relevância, implantados ou em fase inicial e que ainda estão em curso, como o Saúde da Família, de Ambulatórios de Alta resolutividade 24 Horas, de Resgate a Acidentados em Rodovias, Disque Saúde, Assistência Integral à Saúde da Mulher e da Criança, de Incentivo ao Aleitamento Materno, de Prevenção e Combate à AIDS e outras Doenças Sexualmente Transmissíveis, e, Leite é Saúde.

Retornando a Goiás Henrique Santillo aceitou os apelos de antigos companheiros e migrou para o PSDB, concorrendo à Prefeitura de Anápolis, após o que voltou a clinicar em sua especialidade, pediatria, gratuitamente, em um posto médico da Jaiara, na periferia daquela cidade.  Voltaria à política partidária novamente em 1998 para comandar, em Anápolis, a campanha do então deputado federal Marconi Perillo ao Governo de Goiás, registrando vitória no primeiro e segundo turnos e o fim de um ciclo de 16 anos de mando peemedebista em Goiás.

Henrique Santillo foi ainda secretário de Estado da Saúde e secretário de Articulação Política do Governo de Goiás, em 1999, desligando-se em definitivo da política partidária no final do ano, quando foi nomeado conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Goiás, após ter sua indicação referendada pela unanimidade dos partidos representados na Assembleia Legislativa.

No TCE-GO foi diretor da Sexta Auditoria Financeira e Orçamentária, Corregedor-Geral, vice-presidente e presidente, em 2002. Implementou o Plano de Cargos e Salários dos Servidores do TCE e deu início a um amplo programa de modernização do órgão de controle externo. Seu mandato de Presidente foi interrompido com seu falecimento, em 25 de junho de 2002. Foi casado com Sônia Célia Santillo, com quem teve dois filhos e três filhas.

Seu nome é reverenciado no Brasil e especialmente em Goiás como expoente da democracia, coerência, dignidade e ética.

 

Go, 22 de junho de 2012      

 

Antônio Gomes de Oliveira

  

  

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